sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Por uma Nova Direita - Parte I

Acauan Guajajara

Publicado originalmente em 14/01/2011

Ao fim do regime militar brasileiro nenhum político tinha coragem de se dizer de Direita e enfrentar inevitáveis acusações de ser um "filhote da ditadura".
Tal situação - e tal covardia - deu aos esquerdistas três décadas para se apresentar como heróis da resistência, em uma estratégia de propaganda que visava redesenhar a imagem que a população tinha deles como baderneiros e terroristas, ao mesmo tempo em que lançava toda a Direita na vala comum dos torturadores e golpistas.
A Esquerda perdeu a luta armada, mas saiu ganhando na Guerra Cultural.

Os danos poderiam ter sido neutralizados se, do outro lado, políticos direitistas rechaçassem as acusações valendo-se apenas da verdade óbvia, que a Direita não era o que a Esquerda dizia ser. Ninguém de bom senso espera que inimigos políticos em guerra ideológica troquem alegações isentas um sobre o outro.

Fizeram o contrário.
A Direita assumiu uma postura defensiva, chegando a negar sua própria identidade classificando-se como "centro", postura suicida que legitimou tacitamente o discurso de ataque das esquerdas.

Sem resistência, a Esquerda se viu livre para se apropriar dos qualificativos de democrática, progressista e promotora da justiça social, infligindo à Direita os rótulos de autoritária, retrógrada e elitista.

Por mais pueril que seja a idéia de que um dos lados do espectro político só reúna virtudes enquanto o outro só acumula pecados, a repetição ano após ano, década após década do discurso autobeatificante da Esquerda, somada ao silêncio dos que deveriam contestá-lo, alimentou no público uma dúvida razoável – se a Direita não é o que a Esquerda diz, é o que então?

Qualquer projeto direitista no Brasil deve começar divulgando claramente quem e o que a Direita é.

Uma nova Direita brasileira que assuma a missão de combater a Esquerda tanto no embate político-partidário quanto na Guerra Cultural, precisa mostrar sua cara, assumir seu nome e dizer a que veio – mostrar-se alternativa melhor para o exercício do poder político.


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