quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Provando um argumento abortista como estúpido e sem-vergonha – parte 7.

Por Acauan Guajajara

Publicado originalmente em 30 Mar 2007, 15:58

Considerações finais sobre a estupidez do argumento:

Assim sendo a designação de abortistas encaixa perfeitamente naqueles que querem que o aborto clandestino continue de boa saúde a tratar as mulheres e os fetos como se tratam as costelas de borrego num talho, efectuando sanguináriamente abortos em qualquer estado de gravidez, sem qualquer respeito por nada nem ninguém, onde impera o lucro. Assim facilmente se chega á conclusão que é muito mais simples abortar num país onde a lei o proíbe do que num país onde a lei o despenaliza e não liberaliza.

Abortistas são todos aqueles que compactuam com o aborto clandestino!

Por que o argumento é estúpido:

O argumento é estúpido porque não é um argumento, dado não apresentar nenhum nexo lógico entre premissas e conclusões que demonstre a veracidade das afirmações em pauta.

É verdadeira a primeira frase, que diz que abortistas são os que querem que os abortos clandestinos continuem, embora não tenha qualquer relação com os temas postos, dado que é simplesmente absurdo atribuir tal intenção aos que defendem que o aborto deve continuar sendo crime e quem o praticar ilegalmente deve sofrer as penas da lei, sendo corrigidos os fatores de ineficácia que impedem que tais punições sejam aplicadas onde, quando e como devido.

No argumento segue-se uma conclusão autoqualificada como "fácil", o que talvez seja, embora de modo algum verdadeira, ao dizer que: "é muito mais fácil abortar num país onde a lei o proíbe do que num onde a lei o despenaliza e não liberaliza" insistindo no erro de igualar conseqüências da proibição em si com conseqüências da ineficácia de seu cumprimento, além de todas as detalhadas refutações postas nas partes anteriores desta análise.

Por fim, em sua última declaração o argumento chama de abortistas aos que combatem a legalização do aborto, fugindo assim de um nome que parece incomodá-los a ponto de não suportar vê-lo aderido às suas faces. Mais ainda, tentam lançá-lo sobre seus opositores como se junto da alcunha transferissem a eles quaisquer incertezas e dúvidas sobre a causa que defendem, sobre as terríveis conseqüências que as acompanham e sobre si próprios.

A psicologia analítica chama tal fenômeno de projeção, embora queiram os que leram até aqui considerar este comentário como um apêndice complementar, independente da demonstração feita sobre a estupidez do argumento analisado, a qual consideramos completa e a encerramos como devido.

quod erat demonstrandum.

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